Nesta segunda-feira (02), 60 pacientes com doença hepática crônica participaram de um mutirão no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí (Hemopi) para a realização da Elastografia Hepática, um exame que substitui a Biópsia sem ser invasivo.
A maioria desses pacientes possuem hepatites virais - descobertas após doarem sangue - que evoluíram para hepatopatia crônica e fazem acompanhamento médico no Ambulatório de Hepatites do Hemocentro em Teresina.
O médico Paulo Abrãao, de São Paulo, foi quem conduziu a realização dos exames. "O exame é realizado através do Fibroscan, um aparelho que se assemelha ao ultrassom, para medir a rigidez do fígado. É indolor, não precisa de internação como a biópsia, é rápido e o paciente vai para casa logo em seguida", explica.
O mutirão atendeu preferencialmente pacientes com Hepatite C e que não podem ser submetidos a uma biópsia convencional, que requer internação. Além dos pacientes atendidos no Ambulatório de Hepatites do Hemopi, também foram submetidos ao procedimento pacientes encaminhados de outros serviços de saúde como o Hospital Universitário (HU).
O representante da Laboratório Guilead, Henry Portela, que realiza essa ação no Piauí e em outros estados, explica que o resultado desse exame é um dos documentos exigidos para que os pacientes deem entrada no processo para fazer parte do Programa de Medicamentos Excepcionais.
"O exame determina o grau de fibrose do figado. A partir da classificação F2 a F4, que indicam graus avançados de doença hepática, o paciente pode requerer junto ao Sistema Único de Saúde (SUS) a medicação distribuída pelo Governo através do Programa de Medicamentos Excecionais".
É o caso da Dona de Casa, Fernanda Medeiros, que não pode realizar uma biopsia convencional, e precisa do resultado do exame para pleitear junto ao Governo a medicação. "Já tenho todos os outros exames, mas sem esse não conseguiria dar entrada no processo para receber o remédio". Todos os pacientes devem receber o resultado do exame em um prazo de 15 dias.
O exame não é realizado no Piauí, tanto na rede pública quanto privada, e custa em média R$ 800.
