Hemopi possui laboratório que identifica tipos sanguíneos raros
15/05/2020 - 11:47  

O trabalho do Hemopi vai além da doação de sangue
Os sistemas de classificação do sangue mais amplamente conhecidos são o ABO e fator Rh. Segundo a Sociedade Internacional de Transfusão Sanguínea (ISBT) existem, atualmente, 38 sistemas que descrevem mais de 363 antígenos diferentes e esse número não é definitivo. Entre os antígenos já conhecidos, alguns são extremamente raros e alguns hemocentros do Brasil, a exemplo do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí (Hemopi), já possuem Laboratórios de Fenotipagem que ajudam a encontrar tanto doadores quanto receptores com fenótipos raros.

Inaugurado em 2011, o Laboratório de Fenotipagem do Hemopi possui atualmente cerca de dois mil cadastros, entre pacientes e doadores.

"O Hemopi faz atendimento ambulatorial para pacientes com doenças hematológicas, a exemplo da anemia falciforme. Como são pessoas que precisarão de transfusões durante toda a vida, nós temos os registro de todos eles em nosso sistema. Por se submeterem a transfusões constantes, alguns desenvolveram anticorpos raros", explica o supervisor do Laboratório de Imunohematologia do Hemopi, Pedro Afonso Sousa.

Ele cita o caso recente de uma paciente grávida com anemia falciforme e um fenótipo raro. "Em dezembro a paciente fez uma transfusão. No início de maio, seu estado de saúde se agravou e ela precisou ser internada na UTI da Maternidade Dona Evangelina Rosa e também de uma nova transfusão. No entanto, nesse curto espaço de tempo ela desenvolveu novos anticorpos. Conseguimos no Colsan, em São Paulo, achar um doador compatível. No Brasil, só existe esse único doador para ela, por enquanto".

Pedro Afonso explica que além dos pacientes atendidos pelo Hemopi, o Laboratório também analisa cerca de 10% das amostras de sangue dos candidatos a doação que frequentam o hemocentro. "Fazemos também esse trabalho de busca entre os doadores para aumentar o nosso universo e assim poder ajudar mais pessoas. Todos os laboratórios de Fenotipagem do Brasil estão em constante comunicação e nós aqui do Piauí tanto já recebemos bolsas para algum paciente local como já enviamos bolsas com sangues raros para outros estados também".

O diretor do Hemopi, Jurandir Martins, explica que o trabalho desenvolvido pelo Laboratório é importante, pois traz mais segurança para os pacientes que possuem fenótipos sanguíneos que vão além da classificação ABO amplamente conhecida.

"É um trabalho criterioso. Quanto mais o paciente se submete a transfusões mais chances ele tem de desenvolver novos anticorpos. Por isso, o trabalho desenvolvido por nosso laboratório de Fenotipagem é importante, para que o paciente receba exatamente o tipo de sangue que precisa, e assim evitar reações adversas".

Existe uma demanda que consegue ser atendida pelo sistema ABO, já que 90% da população brasileira possui sangue tipos A ou O. No entanto, o diretor ressalta que é essencial que todos os outros tipos sanguíneos continuem chegando aos estoques. " Precisamos de todos os tipos de sangue todos os dias para conseguir atender a demanda que chega até o Hemopi. É importante que a população não deixe de doar sangue mesmo em um período difícil como esse que estamos enfrentando".

Fonte: Ascom Hemopi



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