Hemopi é referência para o tratamento da Hemofilia no Piauí
04/01/2023 - 12:25  

Ítalo é um dos pacientes com hemofilia atendidos no Hemopi

Foi por causa da extração natural de um dente de leite que a família do Ítalo Boaiz, hoje com 8 anos de idade, descobriu que ele tinha hemofilia. O diagnóstico da doença – que é hereditária e causada por um distúrbio na coagulação sanguínea – foi feito em agosto de 2020. No mesmo ano, o menino iniciou o tratamento no Serviço Ambulatorial do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí (Hemopi).

Hoje, 04 de janeiro, é comemorado do Dia Nacional do Hemofílico e o Ítalo estava aqui acompanhado do pai e da irmã para realizar um exame e já aproveitou para fazer a infusão da medicação que ajuda a controlar os sangramentos. “Ele toma a medicação duas vezes por semana, em casa. Minha mãe que e técnica de enfermagem é quem aplica os remédios. O Ítalo leva uma vida normal, mas sempre com cuidado para evitar situações que possam causar alguma crise”, explica a irmã, Érika Bianca.

O Hemopi é o serviço de referência do SUS para o tratamento da Hemofilia no Piauí. Segundo a assistente social Ana Elzira Leopoldino, supervisora de Coagulopatias do Hemopi, são 220 pacientes com hemofilia A (deficiência  do fator de coagulação VIII) e B (deficiência do fator de coagulação IX) estão cadastrados no serviço que recebem atendimento multidisciplinar – hematologista, farmacêutico, enfermeiro, nutricionista, fisioterapeuta, psicólogo, assistente social e em breve odontólogo. Além destes, também são atendidos 91 pacientes com Doença de Von Willebrand e 55 pacientes com outras coagulopatias.

A medicação é fornecida pelo Ministério da Saúde, e distribuída de forma gratuita através do Serviço de Assistência Farmacêutica da Sesapi para ao pacientes cadastrados no Programa Nacional de Coagulopatias Hereditárias do Governo Federal.

No ano passado, o Hemopi assinou um termo de cooperação técnica com o Hospital Getúlio Vargas que permite o acesso a outras especialidades como ortopedia, por exemplo, para os pacientes atendidos no Serviço Ambulatorial do hemocentro.

A doença e o tratamento

A médica hematologista Melissa Palis, explica que a hemofilia é uma doença hereditária e que existem níveis de comprometimento. “O grade de comprometimento está relacionado com a quantidade de fator coagulante no sangue. Quanto mais baixo o fator, mais grave é a coagulopatia”.

A doença não tem cura, mas tem tratamento, por isso, a médica hematologista destaca a importância do diagnóstico precoce. “O tratamento pode evitar sequelas que em algum momento vão afetar a qualidade de vida do hemofílico. Quanto mais tardio o diagnóstico  mais chances o paciente tem de ter sua mobilidade, por exemplo, comprometida por conta de problemas nas articulações causados pela coagulopatia”.

Melissa Palis diz que os pais precisam observar algumas situações, pois nem sempre os sintomas da doença são visíveis. A maioria dos sangramentos acontecem de forma intra-articular e/ou intramuscular o que pode ocasionar aumento de volume das articulações e enrijecimento dos músculos. “É preciso que os pais fiquem atentos desde a cicatrização do coto umbilical, passando pelo histórico familiar ou qualquer sangramento que não estanque com facilidade”, explica a médica.

 

 



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